Após se formar na faculdade, Benjamin Braddock (Dustin Hoffman) retorna para casa, completamente indeciso quanto ao seu futuro. Em meio à festa de recepção, uma amiga de meia-idade de seus pais (Anne Bancroft) pede para que o garoto a leve pra casa, somente para seduzi-lo assim que eles chegam à residência. Os problemas só aumentam quando Benjamin se interessa pela filha dela, a bela Elaine Robinson (Katharine Ross).
O momento de transição da juventude para a vida adulta é o fio condutor desta deliciosa e importante comédia dirigida por Mike Nichols, que teve papel fundamental na história do cinema na época de seu lançamento ao abordar um tema corajoso para o período.
A primeira oportunidade que aparece na sucessão de seu processo de libertação e de encontro consigo mesmo ocorre quando é seduzido por Mrs. Robinson. É, também, a primeira experiência sexual de Ben, repleta de cobranças, exigências e imposições. Mrs. Robinson como adúltera é altamente impositiva e manipuladora, mas é através dessa experiência que ele descobre o que não quer e encontra o que quer. De quebra, nessa parte do filme o diretor faz crítica demolidora à família americana, onde impera as aparências, o desamor e o formalismo.
Mas a libertação do personagem das amarras sociais – e a afirmação de sua liberdade pessoal – é um processo alimentado pela energia cuja fonte é o sentimento de amor que nutre por Elaine, filha de Mrs. Robinson. Esse amor aos poucos vai se manifestando como livre de todas as imposições sociais. Na verdade, ele se confirma apesar delas.
O filme, de 1967, traz as marcas do momento em que foi produzido: jovens lutando contra entraves sociais e pela auto-afirmação.
Por Maria Cláudia Brasil.